Ontem eu declarei o Dia Internacional de Esquecer Você. Marquei no calendário e tudo. Circulei com aquela caneta preta de escrever em cartaz de oferta. Não declarei feriado, porque feriado lembra tempo livre, que lembra o que a gente fazia quando tinha uma folga.
Não vai ser data para chorar. Até porque foi terminantemente proibido o colinho da mãe, da amiga e da cama. Olhar suspirante para o teto, músicas de fossa e sorrisos retardados também infrigiriam a lei. E a criadora da data tinha que dar o exemplo.
O Dia Internacional de Esquecer Você não foi criado porque deu vontade. Foi pura necessidade. Minha razão implorava diariamente e tava dando dó da bichinha desesperada porque eu só deixava a emoção falar. Já tinha passado da hora.
Foi difícil pra caralho porque fez mal e bem ao mesmo tempo, que nem remédio com gosto amargo que a mãe da gente enfiava goela abaixo, só que no fundo, no fundo, a gente sabia que iria fazer bem.
Também não teve aquele ritualzinho manjado de colocar fogo nos recados e nas lembranças. Seria dramático demais para o meu gosto. Somente me desfiz da caixinha onde guardava tudo e pronto. Que nem retirar o curativo de uma vez só para não arder.
Eu teria cumprido a missão, se não fosse tão idiota de escolher o nome errado para o dia. Ontem eu consegui me desfazer, hoje eu me lembrei que desfiz, e daqui para frente a sua lembrança teimosa e gostosa continuará brincando de pique-esconde de vez em quando. Tudo porque eu esqueci de colocar o Para Sempre no final da data que eu inventei.
Texto por: Priscila Perovano
Do Blog : Por favor, não leia!
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Gostei tanto *-*
Gostei tanto *-*
Obrigada qerida :)
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